Unidade Infantil e Fundamental: (41) 3382-1261   Unidade Baby: (41) 3146-1212

Blog Polegar

A Educação Física na Escola e o mito da nota 10

Notas bimestrais e boletins não são novidades para ninguém. Mas quando o assunto é a disciplina de Educação Física, parece que não há um entendimento claro do porquê um estudante pode sim tirar MENOS que 10 nestas avaliações.

Vamos entender melhor?

A Educação Física passa por transformações desde o ano de 1882, quando começou a ser instaurada em escolas, se apoiando ao longo do tempo até na instrução militar. Naquela época, o foco dessa disciplina era a formação do corpo para o combate, a guerra, em alguns casos, até na preparação para ensinar hábitos de higiene e saúde, valorizando o desenvolvimento físico e moral. Para você ter uma ideia, até a Copa do Mundo de 70 ajudou a inserir nestas disciplinas o conteúdo esportivo. Ainda assim, naquele tempo, avaliar significava “saber fazer bem”, valorizava-se a técnica, deixando de lado os aspectos cognitivos e afetivos dos estudantes.

Hoje, as aulas de Educação Física mudaram totalmente seu escopo, contemplando jogos, esportes, danças, ginástica e as lutas como conteúdos a serem trabalhados durante o ano. Então, não se valorizam apenas as regras, a tática e a técnica, pelo contrário, cada indivíduo passa por uma avaliação global, muito mais complexa que antes, porque conta com o contexto histórico de cada um.

Ao se avaliar hoje um estudante com nota abaixo, acima ou igual a média em Educação Física, estamos demonstrando seu estágio de desenvolvimento e não só o que ele sabe fazer. Na verdade, muitas vezes o relógio cronológico não acompanha o amadurecimento biológico. Por isso, longe de qualquer tipo de punição ou castigo, a avaliação na Educação Física serve para que fique claro o nível de desenvolvimento no qual a criança se encontra.
Tudo isso é possível se o professor tiver um planejamento estruturado e com objetivos claros da sequência do que ensinar por faixa etária. A velha prática de “dar a bola’’ e deixar as crianças escolherem o que irão fazer é condenável e não mais defendida por nenhum profissional da área.

Como ocorre a avaliação na Educação Física?

Uma boa avaliação nesta disciplina leva em conta:

  • Aspectos cognitivos
  • Aspectos afetivos
  • Aspectos motores do estudante

Sempre com critérios bem formulados (DARIDO, 2011)! Esses mesmos critérios são utilizados hoje para avaliação de Educação Física da Escola O Pequeno Polegar e contemplam as dimensões conceitual, procedimental e atitudinal. Conheça cada uma delas:

  1. Conceitual: critério que abrange as dimensões cognitivas. Sem provas escritas, aqui a ideia é verificar como o estudante interpreta os conceitos apresentados;
  2. Procedimental: este refere-se ao “saber fazer”, às habilidades motoras e capacidades físicas. Só pode ser verificado em situações práticas, quando os conteúdos propostos são aplicados nas aulas. Neste critério é possível notar o domínio que o estudante possui sobre os temas abordados, se o nível de conhecimento é suficiente para transferi-lo à prática.
  3. Atitudinal: aqui são dimensões comportamentais referentes aos valores e atitudes nas aulas de Educação Física. Como a maioria das atividades são em equipe, é muito oportuno discutir temas como:
  • a) Respeito;
  • b) Cooperação;
  • c) Olhar sensível às necessidades do outro e, claro;
  • d) Atenção às regras impostas pela professora em cada atividade.

Bem verdade que a tradicional Educação Física mudou, e para MELHOR. Hoje a avaliação cabe não só ao professor, mas ao estudante que pode se autoavaliar com os feedbacks fornecidos em sala.

Tudo isso é formação de um ser autônomo, em construção e pleno desenvolvimento.

Ana Paula Sbrissia
Professora de Educação Física da Escola O Pequeno Polegar há 5 anos.

Compartilhe!